sexta-feira, 18 de junho de 2010

APPALOOSA

Domados ou Selvagens, os cavalos palouses coloriam as pradarias em galopes de liberdade ou montados pelos guerreiros indígenas que orquestravam o tropel com repetidos brados.

Não por acaso que a imagem mundialmente se perpetuou da Raça Appaloosa é a do cavalo de indíos.
Nas ancas, dorso e cernelha o pincel da criação salpicou cores diferentes, distribuiu pintas escuras sobre a pelagem básica, algumas vezes carregou mais o pincel nas ancas em formato de mantas... As pelagens negra, alazã, castanha, zaina, baia, palomina, tordilha e rosilha ganharam composições como em nenhuma outra raça da espécie eqüina. Formada a partir dos cavalos introduzidos pelos colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse, uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.

Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.

A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação das principais características destes animais, em especial sua variada e exótica pelagem. Apesar de a autoria da primeira seleção da raça na América ser atribuída aos Nez Perce, historiadores acreditam que a origem de cavalos com a pelagem típica do moderno Appaloosa é ainda mais antiga. Pinturas rupestres encontradas na Espanha e nas famosas cavernas de Lascaux, na França, desenhadas 18 mil anos antes de Cristo, revelam figuras de cavalos com características semelhantes as do Appaloosa. Outros registros de cavalos pintados foram encontrados em pinturas chinesas datadas de 5.000 anos a.C. e em cavalos selecionados na antiga Pérsia há 1.600 anos.


Das batalhas a preservação

Na medida em que os colonizadores foram estabelecendo seus ranchos e implantando a pecuária no Oeste americano, a aptura de cavalos selvagens para utilização na lida se transformou em fator de sobrevivência.

Cobiçados pelo homem branco, os La Palouse passaram a ser motivo de disputas constantes, notadamente quando foram estabelecidas as rotas comerciais entre o Sul e o Norte, necessitando-se percorrer grandes distâncias a cavalo. Surgiam as batalhas e a vida indígena começou a sofrer grandes alterações. Em 1877, num histórico confronto entre os Nez Perce e a cavalaria americana, os La Palouse serviram de montaria de um povo inteiro numa rota de fuga que percorreu mais de dois mil quilômetros. Quando os Nez Perce se renderam em Montana - Estado americano na fronteira com o Canadá -, os cavalos que sobreviveram aos ataques foram distribuídos entre os soldados, deixados para trás ou simplesmente dispersos.

Crescia a decadência das nações indígenas, e sua reclusão em reservas a partir do início do século XX provocou a quase extinção da população eqüina, especialmente destes cavalos pintados. Espalhados pelo vasto território americano, os animais sobreviventes enfrentaram, ainda, o advento da motorização agrícola e a ramificação das ferrovias. Salvo exceções, o cavalo nos Estados Unidos foi colocado em segundo plano.

No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Appaloosa Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo, esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento. Esta nova realidade foi fundamental para o renascimento do Appaloosa. Buscava-se a seleção de animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.

Destes cruzamentos nasceu, no conceito dos americanos, um tipo de cavalo com características únicas como a pelagem pintada, os cascos rajados, a pele malhada e a esclerótica branca, ou seja, aquela membrana que reveste o globo ocular. Nas décadas seguintes os Appaloosas começaram a desenvolver aptidões para diferentes provas eqüestres, notadamente as chamadas western como Apartação, Rédeas, Laço de Bezerro, Laço em Dupla baseadas na lida dos ranchos, além de Baliza, Tambor, etc. As habilidades do Appaloosa como cavalo funcional e de esporte passaram a ser cultivadas em eventos públicos, especialmente nos rodeios, vitrine maior das competições dos rancheiros americanos.

Resgatado da quase extinção, o Appalosa rompeu as fronteiras dos Estados Unidos a partir dos anos 50, se estabelecendo em outros países e continentes, sendo selecionado atualmente no Canadá, Venezuela, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha, Israel e Brasil. Em nosso País chegou há quase três décadas, se expandiu a partir do Estado de São Paulo e já se consagra como o segundo maior e mais importante plantel mundial.

PAINT HORSE

Paint é uma raça relativamente nova no País, originária dos Estados Unidos. Naquele país o Paint já ocupa a primeira colocação no ranking de comercialização. O motivo é um só: reúne a beleza de ser um cavalo de pêlos exóticos com a versatilidade necessária para o trabalho, lazer, ou esporte.
Na América do Norte, existem hoje cerca de 300 mil animais registrados na American Paint Horse Association, e aproximadamente 48 mil criadores, e 50 mil em outros, inclusive o Brasil.
Com 40 anos de fundação a American Paint Horse Association, desenvolveu um sistema moderno de seleção genética que permitiu um rápido desenvolvimento da raça, e, o que é melhor, com um alto grau de refinamento.
Hoje ocupa a terceira colocação das melhores raças americanas, ou seja, só perde para o Puro Sangue Inglês e o Quarto de Milha. O plantel americano conta com reprodutores de primeira qualidade, das principais linhagens Quarto de Milha. A preocupação com as modalidades de performance e com as classes amadoras, garante a manutenção do interesse pelo animal, abrindo mercado e estimulando seu crescimento.
Apesar de pouco tempo de introdução no
Brasil, os cavalos Paint estão demonstrando uma fácil adaptação às modalidades esportivas desenvolvidas no País. A beleza da pelagem e a característica dócil são os principais atrativos para os criadores.
A cor do pêlo e o padrão fazem do Paint Horse um cavalo único, valorizando qualquer haras. Cada Paint Horse tem uma combinação particular de branco e qualquer outra cor dos eqüinos. As manchas podem ser de qualquer forma ou tamanho e podem ser localizadas virtualmente em qualquer lugar do corpo do animal. Embora os Paints tenham uma variação de cores com manchas diferentes, existem somente três especificações do padrão do pêlo. Estas cores, manchas e padrões, combinadas com a origem da linhagem, habilidade atlética e disposição agradável, fazem do Paint Horse um investimento com qualidade, ou seja, um cavalo para todos os tipos de situações.
A
ntes de você começar o processo de registro, você deverá saber se o seu cavalo pode ser registrado na ABC Paint. Enquanto uma pelagem colorida é essencial para identificar a raça, o Paint Horse tem linha sangüínea muito restrita e uma conformação de corpo distinta. Para poder ser candidato a registro, o garanhão e a égua devem ter sido registrados na ABQM ou na Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo de Corrida (PSI). Para poder ter o Registro Regular, o cavalo precisa também exibir um mínimo de pêlo branco sobre a sua pele sem pigmentação.

Quais são os padrões de coloração?

Se você estiver para registrar um cavalo, haverá a necessidade de estabelecer o padrão de cores do cavalo. Embora haja muitas palavras americanas para descrever os padrões de contraste do Paint Horse, a ABC Paint usa três termos para descrever os diversos padrões: OVERO, TOBIANO, ou TOVERO. Estes padrões são diferenciados pela localização do branco no cavalo, e não pela cor do pêlo. No Brasil, os animais que não tenham manchas são chamados de sólidos. Para descrever um cavalo Paint usamos a terminologia: Alazão (cor do pêlo), Overo ou Tobiano ou Tovero. Existem muitas variações e exceções nesses padrões, mas como uma regra geral, as seguintes definições indicam as variações de padrões nos Cavalos Paint.

OVERO - Geralmente o branco não ultrapassa as costas do cavalo entre a cernelha e a cauda: pelo menos, uma pata ou todas as patas são escuras: o branco é irregular e um tanto espalhado; as marcas da cabeça são distintas, em forma de frente aberta, arregaçada ou branco em forma de osso. Um cavalo overo pode ser predominantemente branco ou preto, e a cauda geralmente é de uma só cor.

TOBIANO - A cor escura geralmente cobre um ou ambos os flancos, e a cor branca vai passar o lombo entre a cernelha e a cauda. Geralmente todas as quatros patas são brancas, pelo menos abaixo do curvilhão ou joelhos: as manchas são irregulares e distintas tais como formas ovais ou padrões redondos que se estendem para baixo do pescoço e peito, dando a aparência de um escudo. As marcas da cabeça são como aquelas de cavalos de cores sólidas, ou como uma mancha, uma faixa, estrela ou um retalho. Um tobiano pode ser predominantemente escuro ou branco. A cauda, geralmente contém duas cores.

TOVERO - Estes cavalos combinam as características de ambos os overos e tobianos.

O efeito visual das cores na Conformação

O desafio do juiz na conformação do Paint Horse é a aparência do padrão de cor inferior e a conformação física. O contorno, a extensão e posição das manchas claras e escuras que podem criar ilusões ópticas. Algumas destas ilusões ópticas são convincentes, de tal forma que a conformação de um Paint pode aparentar ser muito diferente do que atual é.
O efeito visual do padrão de cores sob a conformação pode ser positiva ou negativa. Por exemplo uma redução do branco atrás do pescoço de um animal alazão tostado pode criar a ilusão de que o pescoço é mais curto do que na realidade parece. Para classificar uma classe de Paint Horse baseado na conformação, um juiz deve ser capaz de se concentrar na musculatura e estrutura óssea do cavalo e ignorar o padrão de cor.
Para auxiliar o treinamento de juizes e outros interessados na conformação do Paint Horse, a APHA tem comissionado o seguimento do desenho para ilustrar algumas destas ilusões. Guarde em sua mente que estes desenhos são unicamente dimensional, só que algumas das distorções não são adequadamente pintadas. Também, guarde em sua mente que a ilusão pode ser criada pelas áreas brancas ou escuras do padrão.

Pernas

Ilusões ópticas criadas por cores contrastantes nas pernas são particularmente difíceis de pintar sobre um desenho unicamente dimensional; estas distorções podem ser mais variadas. Os cavalos que tem as pernas brancas, normalmente aparentam ter as pernas tortas, quando são estruturalmente corretas. Particularmente ilusões devastadoras são criadas quando o escuro e branco vem juntos causando ângulos estranhos nas pernas. Se um Paint Horse tem o branco e escuro encontrando nas pernas, e aparenta ser cow-hocked - olhe a cor do outro lado para ver a conformação correta.

Espessura do Pescoço

Longo, fino, linhas rendilhadas de branco distorcerão a turvação do pescoço. Longo, fino, linhas rendilhadas criará a ilusão de um pescoço em boa posição. Uma larga obstrução do branco criará a ilusão de um pescoço grosso e largo.

Estatura

O contraste do escuro e branco pode criar uma ilusão mais impressiva da estatura. Cavalos de cores escuras com marcas elevadas nas pernas, normalmente aparentam ser mais curtas do que um cavalo de mesma extensão com um padrão na vertical.

Definho e anca

O contraste entre a cor branco e escuro podem também criar ailusão de peso insatisfatório. A maior parte do branco ou escuro no local errado pode fazer o tamanho dos definhos ou a extensão da anca aparece curta ou longa do que elas realmente são.

Barriga

Ilusões criadas pelo relacionamento entre o escuro e branco podem distorcer a extensão do dorso ou do traço do cavalo. Oscontrastesdas cores na barriga podem distorcer a aparência da circunferência do peito bem como a barriga.

Anca, Joelho e (Gaskin)

Ilusões criadas pelo escuro e branco podem também achatar a anca do cavalo, diminuir a largura do joelho e fazer o gaskin parecer mais largo do que é.


Olhos

A cor dos olhos de um cavalo Paint e sua pele cercante podem realçar ou diminuir a simpatia visual do animal.

Cabeça e Traquéia

O padrão de cores da cabeça e traquéia de um cavalo Paint pode criar ilusões interessantes. O contraste entre o branco e escuro na cabeça podem aparentar uma fronte larga, focinho inclinado, orelhas estendidas, a garganta grossa, ou narinas dilatadas. As marcas faciais podem aparentar que o animal tem um temperamento dócil.

Angulo do ombro

O padrão de cores do ombro pode aparentar um bom ombro, de aparência fraco o ombro correto aparenta ser fraco. As cores nesta área distorcem a percepção de estar inclinado - fazendo com que o pescoço aparente ter uma inclinação correta onde ele está em um aposição certa ou aparentar estar reto quando a inclinação é correta.

Comprimento do Pescoço

O branco no pescoço é as vezes triangular. Esta ilusão cria uma distorção no comprimento. Quando a base do triângulo está rumo ao ombro, o pescoço aparenta ser mais longo. Quando a base do triângulo esta rumo a cabeça, particularmente quando os lados do triângulo são iguais, o pescoço aparenta ser curto.

Quarto de Milha

A Origem da Raça

A raça Quarto de Milha foi a primeira a ser desenvolvida na América. Ela surgiu nos Estados Unidos por volta do ano de 1600. Os primeiros animais que a originaram foram trazidos da Arábia e Turquia à América do Norte pelos exploradores e comerciantes espanhóis.

Os garanhões escolhidos eram cruzados com égüas que vieram da Inglaterra, em 1611. O cruzamento produziu cavalos compactos, com músculos fortes, podendo correr distâncias curtas mais rapidamente do que nenhuma outra raça.

Com a lida no campo, na desbravação do Oeste Norte-americano, o cavalo foi se especializando no trabalho com o gado. Nos finais de semana, os colonizadores divertiam-se, promovendo corridas nas ruas das vilas e pelas estradas dos campos, perto das plantações, com distância de um quarto de milha (402 metros), originando o nome do cavalo.

Foi fundada em 15 de março de 1940 a American Quarter Horse Association (AQHA), em College Station, Texas. Em 1946, a AQHA se transferiu para Amarillo, Texas, onde se encontra até hoje, tornando-se a maior associação de criadores do mundo, com cerca de 400 mil sócios e mais de 5 milhões de cavalos registrados, divididos em 43 países, representando 52% dos eqüinos em todo o mundo (dados até 31/12/2008).



QM: O cavalo Oficial, também, da Vaquejada e do Laço Comprido

Além das tradicionais modalidades de Conformação, Corrida e Trabalho (Apartação, Cinco Tambores, Laço de Bezerro, Laço em Dupla, Rédeas, Working Cow Horse, Maneabilidade, Seis Balizas, Team Penning, Três Tambores e Western Pleasure), o Quarto de Milha é o cavalo mais usado, também, nas provas de Vaquejada e Laço Comprido, onde a maioria dos circuitos são oficializados pela ABQM.